Movimento

Agosto Negro encerra com atrações no Espaço Mister Pelé

Artesanato, música, falas, capoeira e outras atrações fizeram parte do movimento em Pelotas

Volmer Perez -

Artesanatos diversos, brechó, prestação de serviços nas áreas de assistência judicial e terapia ocupacional, falas de comunidades quilombolas, movimentos sociais e apoiadores do movimento negro, apresentações de música, capoeira e muitas outras atrações enriqueceram o sábado no largo da Estação Férrea. O local, também conhecido como Espaço Cultural Mister Pelé, foi o palco das atividades de encerramento do Agosto Negro em Pelotas.

Foi a segunda edição do evento no município. "Este movimento vem para romper paradigmas da nossa cidade. De dizer que esta cidade é uma cidade negra, preta, a qual a gente precisa que a sociedade inclua os nossos pares, as mulheres pretas, os homens pretos e que a gente tenha realmente mais espaços", diz Jaqueline Santos, cientista social e produtora cultural.

Ainda segundo Jaqueline, o movimento busca demarcar um espaço que sempre foi dos negros na sociedade e que precisa da consciência da população, além do olhar mais atento de instituições, autoridades e governantes. "Não queremos tirar o lugar e o espaço de ninguém, mas sim que nós sejamos incluídos nessa cultura, nessa cidade e nessa sociedade tão excludente. Não só Pelotas, mas o Brasil inteiro."

Descentralizado e permanente

Juliano Silva, presidente do Conselho Municipal do Povo de Terreiro de Pelotas, diz que este ano o projeto Agosto Negro foi potencializado a partir de uma construção coletiva. A ideia é que o movimento seja descentralizado, com realização mensal e distribuído pelos bairros de Pelotas. "Nossa ideia é levar este movimento preto para os bairros, levando serviços e informações, numa verdadeira união de forças", projeta.

Integrante do Conselho de Cultura de Pelotas na área de Memória e Patrimônio, Francisca de Jesus lembra que o movimento nasceu no ano passado como forma de apoiar produtores culturais que passavam por momentos difíceis devido à pandemia. "Mantivemos este movimento, mobilizado durante todos estes meses, com o enfoque de cada um mostrar sua arte, a arte negra, de resistência, da periferia, de pessoas comprometidas com a pauta negra", ressalta. E completa: "Aqui tem um pouco de cada, assim como todos os espaços da cidade. Espaços estes que a periferia não chega a ocupar", diz, referindo-se a atividades como a Feira das Mulheres Empreendedoras Negras e Indígenas e outras produções apresentadas.

Aproveitando o dia

Shirley Leocádia, aposentada, passou pela Estação Férrea para aproveitar o sábado de sol e já conheceu muitos dos itens expostos e à venda. "O clima está frio, mas excelente para darmos uma voltinha. O lugar certo para vir foi esse aqui. Tem muitas atrações, muitas coisas lindas, verdadeiras preciosidades para a gente ver."

Também circulando pelas barracas de artesanato, a dona de casa Lígia Ferreira disse ter ido prestigiar o trabalho feminino. "Aproveitei esse dia de folga para conhecer um pouco do trabalho dessas mulheres. Disseram que haviam coisas lindas. E tem mesmo." Mais do que observar os produtos, aproveitou para fazer consulta na área judicial.

O encerramento da ação do Agosto Negro foi com grito de carnaval, com o grupo Mapa do Trombone e entidades carnavalescas. "Se tem negritude tem carnaval", destaca Juliano Silva.

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